Com o tema “Construindo uma nova economia com impacto socioambiental positivo”, o primeiro dia do evento promoveu debates e trocas de experiências sobre os grandes desafios do ecossistema de impacto. Questões como combate às desigualdades sociais, racismo estrutural, educação, saúde e meio ambiente estiveram em pauta nas mesas e workshops com empreendedores e investidores que trilham o caminho para a mudança sistêmica.
Os cofundadores e sócios do Impact Hub SP, Henrique Bussacos e Pablo Handl, participaram da abertura com Celia Cruz e Vivian Rubia do ICE.
Para Bussacos, os desafios trazidos pela pandemia evidenciaram que o modelo econômico que temos não é compatível com uma sociedade justa, saudável e próspera. “Nosso contexto pede ousadia! Ousadia para incluirmos todes e criarmos uma sociedade com mais equidade, ousadia para não só conservar, mas regenerar a natureza. O momento que vivemos é muito propício para ideias e negócios que ‘resetam’ o sistema, que trazem novos paradigmas ancorados numa visão de sociedade que faz nosso olho brilhar”, afirmou.
“A agenda ambiental, social e a transparência na governança, o chamado ESG, virou questão de mercado, com implicações concretas sobre o valor das empresas nas bolsas, o acesso a crédito e a gestão de risco. Cuidar do impacto, virou pauta dos conselhos de administração e isso já diz muito. Apesar dos desafios para que o ESG vire parte do DNA das empresas, estamos percebendo uma intenção muito positiva de corrigir a rota. Não será suficiente mais apenas compensar o impacto negativo, a nova direção para as grandes empresas é se tornar dinamizadores de inovações e soluções para problemas socioambientais”, destacou Handl.
Recuperação econômica e social pós Covid-19
Na primeira sessão do Fórum, Patrícia Ellen, Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de SP, juntamente com Ana Maria Diniz (Instituto Península), Ana Toni (ICS), Cida Bento (CEERT), falaram sobre os caminhos para uma recuperação econômica e social com inclusão, equidade e regeneração.
A Secretária trouxe o Programa IdeiaGov, realizado com o Impact Hub SP, como exemplo do novo modelo de inovação do Estado, que investe no desenvolvimento de soluções em parcerias com o setor privado. Saiba mais sobre o programa de inovação em Governo > https://ideiagov.sp.gov.br/
Para Cida Bento do CEERT, é preciso produzir condições para que jovens negros não só ingressem como permaneçam no ensino superior e mercado de trabalho, “O sucateamento do SUS, da educação, das políticas de educação, trabalho, moradia, de vida, enfraquecem as possibilidades de negócios de impacto criados na periferia”.
Mensagem de Impacto
Para inspirar a jornada no ecossistema de impacto, o Fórum trouxe uma mensagem de Ronald Cohen, Chairman do Global Steering Group for Impact Investment (GSG).
Cohen acredita que o primeiro passo para engajar grandes empresas em negócios de impacto é a mensuração transparente e confiável do impacto refletida na contabilidade financeira. “Podemos ver as empresas listadas na bolsa publicando sua contabilidade de impacto que refletem não apenas sua lucratividade, mas a lucratividade após todo o impacto positivo e negativo que criaram.
E depois da crise da Covid-19, os governos têm a chance de assumir uma posição ousada, para trazer transparência para o impacto das empresas, para que elas sejam capazes de nos ajudar a encarar os desafios da pandemia. A mensagem para o Brasil é que isso nos oferece uma oportunidade, hoje, de trazer a iniciativa privada e o capital para o lado do governo no enfrentamento a um grande dano social e ambiental”.
Texto por Clarisse Guimarães
