No último dia 26 de novembro, o Impact Hub Floripa sediou o evento Impacta Mais Talks, um encontro que mergulhou profundamente na discussão sobre negócios regenerativos no varejo. Organizado por Mariana Dettmer, fundadora da Socioambientalize, e Rodrigo Santiago, head de educação do IRIS, o evento reuniu lideranças empresariais comprometidas com práticas inovadoras e sustentáveis.
O ponto alto do evento foi a roda de conversa com Romael Soso, CEO da Portobello Shop, que compartilhou práticas sustentáveis que transcendem o discurso e se materializam em ações concretas. Um dos projetos mais emblemáticos apresentados foi o Projeto Sururu, uma iniciativa de economia circular que ressignifica resíduos em produtos inovadores, gerando renda para comunidades em Alagoas.
Soso enfatizou que sustentabilidade não precisa ser cara, mas sim inteligente. A Portobello Shop demonstrou isso com sua loja em Curitiba, que conquistou o selo LEED Platinum – a maior nota mundial em sustentabilidade – e tornou-se a primeira loja de varejo do mundo com certificação zero energia, produzindo sua própria energia solar. Em tempo: a sigla LEED significa “Leadership in Energy and Environmental Design”, ou Liderança em Energia e Design Ambiental.
A conversa seguiu com perguntas do público e dos outros speakers convidados, e foram levantadas questões como fidelização de clientes, aplicabilidade do ESG em negócios menores e gestão de recursos hídricos.
Romael destacou que as práticas regenerativas impactam positivamente tanto o cliente quanto os resultados financeiros da empresa. Ele mencionou a importância de pensar em ESG desde o início de qualquer negócio, pois “não existe sustentabilidade sem resultado econômico”. Para a Portobello, isso significa usar um circuito fechado de água e reaproveitar 99,9% dos resíduos de cerâmica na produção.
Rodrigo Santiago complementou com a ideia de que a sustentabilidade deve ser uma mentalidade coletiva dentro das empresas, não apenas uma responsabilidade de áreas específicas.
O evento encerrou com um pitch da Maçaix, que apresentou um modelo disruptivo para o mercado de açaí. A startup prioriza práticas regenerativas e combate problemas como monocultura e trabalho infantil, oferecendo produtos sustentáveis e de alta qualidade. Tomaz Martins ainda compartilhou planos para desenvolver embalagens biodegradáveis feitas de resíduos de açaí, reforçando a visão da empresa de protagonizar a bioeconomia brasileira.
Os palestrantes concordaram em um ponto fundamental: negócios regenerativos não são apenas uma tendência, mas uma necessidade. Representam um modelo que gera valor econômico, social e ambiental, em que lucro e propósito caminham lado a lado. Seja por meio de cerâmica ou açaí, o futuro do varejo aponta para negócios que equilibram resultados econômicos e regeneração ambiental.
O Impacta Mais Talks reafirmou que o futuro pertence às organizações capazes de enxergar além dos resultados financeiros imediatos, comprometendo-se com uma transformação verdadeiramente sustentável.
Muitas outras reflexões como essa serão discutidas no Impacta Mais, fórum de economia de impacto que vai ser realizado nos dias 19 e 20 de março de 2025, em São Paulo. Saiba mais em impactamais.org.br.