Dificuldade em transmitir estratégia de impacto e ações ESG? Comece pela Teoria da Mudança

4 min. de leitura 11.06.2024

A construção da Teoria da Mudança (TdM) ajuda a alinhar os times e o negócio nas atividades mais relevantes para criar valor e gerar impacto. Neste artigo, você vai entender como nós usamos essa teoria para definir estratégias efetivas para criar e mensurar impacto.

Muitas empresas estão mais conscientes do seu impacto socioambiental devido à crescente importância das questões ESG e à necessidade de adotar critérios socioambientais para obter crédito, atrair investimentos e satisfazer as demandas das empresas e dos consumidores.

Uma estratégia ESG que transforma o negócio envolve a atuação de diversos setores da empresa. E essa transformação pode ser planejada e monitorada para ter uma visão mais clara dos objetivos e dos resultados esperados. Essa é a ideia da Teoria da Mudança (TdM), ou Theory of Change (ToC), em inglês.

O termo foi proposto por Carol Weiss em 1995 como uma opção de avanço no modo de estudar, avaliar e comunicar iniciativas socioambientais. Apesar do nome, a Teoria de Mudança não é uma teoria em si. A pesquisadora Isabel Vogel (2012) fundamenta o conceito afirmando que “a TdM pode ter várias formas e caminhos, enquanto método e produto que é e, por isso, é vista menos como uma ferramenta e mais como uma abordagem, um modo de pensar, entender e organizar a narrativa de impacto de uma iniciativa (que Vogel nomeia como Theory of Change Thinking)”.

Essa linha de raciocínio torna as ideias mais concretas para direcionar melhor os nossos esforços, além de facilitar na hora de alinhar e divulgar os preceitos de cada iniciativa. Justamente por isso, a TdM é uma das principais ferramentas que usamos para ajudar empresas ou instituições a construírem suas estratégias de impacto.

No passado, trabalhamos com instituições como o Instituto Lojas Renner, Instituto Iguá e a multinacional Novo Nordisk, ajudando-as a construir suas estratégias de impacto e Teoria de Mudança – um processo que envolveu entrevistas com colaboradores e revisão de documentos internos com os seguintes objetivos:

  • Entender a percepção que colaboradoras, colaboradores e stakeholders tinham do papel da organização;
  • Captar a visão de impacto de longo prazo que estes atores tinham para a empresa e para o instituto;
  • Identificar possíveis parceiros para os consórcios de impacto.

A partir dos resultados das entrevistas e da identificação dos desafios e das potencialidades, elaboramos a primeira versão da Teoria da Mudança. Para chegar à versão final, realizamos uma oficina e trabalhamos em conjunto com o cliente no material. Em todos os casos, a teoria da mudança possibilitou uma avaliação mais coerente dos projetos do instituto a partir do alinhamento com os impactos pretendidos.

Como aplicar a TdM na prática?
Aqui no Impact Hub, aplicamos a TdM no setup de todos os programas de impacto, mirando o alcance da nossa visão macro: um mundo justo e sustentável onde os negócios e o dinheiro estão a serviço das pessoas e do planeta.

Enquanto ferramenta, a TdM é totalmente adaptável e temos visto diferentes formas de aplicá-la. Mas é importante seguir algumas premissas da estrutura, que conta com:

  • Entradas / Inputs / Insumos Aqui se destaca qual é o ponto de partida, o que temos para iniciar o processo.
  • Intervenções / Atividades Listamos o que será feito em cada etapa, detalhando como.
  • Saídas / Outputs / Produtos Aqui são considerados os entregáveis a partir das entradas e das atividades realizadas.
  • Resultados / Outcomes / Impacto Podem ser divididos em curto, médio e longo prazo e precisam ter uma relação lógica com os itens anteriores.

Uma boa forma de aplicar a ferramenta é utilizando uma planilha, colocando cada item da estrutura em uma coluna e usando as linhas para fazer as relações.

Assim como o Canva, entendemos que a TdM funciona melhor com uma visão “one page”, que permite resumir e demonstrar o todo do projeto.

A criação da Teoria de Mudança é um processo colaborativo e melhor realizado em conjunto com os times. É válido aproveitar esses momentos para promover integração e garantir o entendimento e a participação de todos os envolvidos.

Comece definindo o impacto almejado e, em seguida, peça que o time descreva o conjunto de suposições (ou teorias) que explicam todas as abordagens, atividades específicas e conexões que conduzem ao alcance da meta.

Isso ajuda a relacionar o que fazemos no dia a dia às longas mudanças que queremos ver na comunidade e (por que não?) à mudança do mundo!

Vamos juntos? Baixe o template exclusivo da Teoria da Mudança.

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